ano 2011, Parte I

Ext. Praia. Noite.

Há uma multidão contando junto, 5, 4, 3, 2, 1! Feliz ano novo! Fogos de artifício, pessoas sorriem, se abraçam, se maravilham, se desejam felicidades, tiram fotos... Enquanto os amigos dele se distraem olhando os fogos, ele olha em volta e a vê, está sozinha tirando fotos, sai imediatamente de perto deles e se aproxima dela.

 , ano 2011...

_ Oi? O que você disse?

_ Oi!!! Tudo bem?!

_ Tudo! Feliz 2011!

_ Foi o que eu disse.
_ Ah, claro, obrigada. Animado para o ano novo?

_ Estou muito. Ou achava que estava animado, porque está tudo lindo, minha vida no caminho bom. Mas aí te vi aqui sozinha... Bem, resolvi falar com você.

_ Oh, te desanimei? Desculpe. Vamos resolver isso agora: não estou sozinha aqui. Estou com meus amigos e minha família, só me afastei um pouco pra tirar umas fotos dos fogos.

_ Eu sei, bobinha, vi quando estava com aquele pessoal. Não quis dizer que você é solitária, nem que desanimei.

_ É? Então o que quis dizer?

_ Na verdade, não sei o que quis dizer, fico nervoso nesse tipo de situação.
_ Você não parece nem um pouco nervoso...

_ Eu bebi.

_ Mesmo assim, você disse sim que me ver sozinha tirou sua animação.
_ Acho que quis dizer que estava animado com minha vida, mas quando te vi, senti que não te conhecer era alguma coisa muito errada. Por isso, sem pensar, voei para cá. Apesar de não ter ideia do que dizer e de saber que me atrapalho todo, como agora, com essa explicação.
_ Ahh, foi bonitinho. Já vi piores.

_ Bonitinho se você acreditar que eu não acredito nisso, e que só disse para ser bonitinho.

_ Não, bonitinho a ponto de dizer que você ganhou mais tempo da minha atenção, já é para eu voltar para perto deles, mas vou ficar mais um tempinho com você.

_ Você me chamou de bonitinho?
_ É... Escapuliu, tenho essa mania.

_ Que mania? Chamar todo mundo de bonitinho, ou deixar escapulir?
_ Não foi isso, não deixo as coisas escapulirem, não sei me explicar.

_ Então é só mania, não me acha bonitinho?

_ Tem certeza de que quer gastar o resto do nosso tempo com isso?
_ Claro!

_ Para transformar uma longa explicação numa frase curta: confesso que te chamei de bonitinho. Feliz?

_ Que sem graça. Bonitinho é um diminutivo de um adjetivo que já é em si o diminitivo de lindo. Nunca te chamaria de bonitinha.
_ É claro, porque você já me ama.

_ Eu te amo?

_ Claro, me viu e sentiu minha falta. É o amor, não há jeito melhor de começar um ano.

_ Não duvido disso. Deve ser porque nessas épocas de ano novo as pessoas ficam com aquele sentimento de Uma Linda Mulher.
_ Como? Não entendi. Você está se sentindo uma linda mulher?

_ Não... não! Quer prestar atenção na conversa.

_ Okay, vou começar a prestar atenção na convera, vou começar prestando bastante atenção na sua explicação sobre sentir-se como uma linda mulher.

_ Eu não me sinto uma linda mulher, no máximo podeira me sentir uma mulher bonitinha. Na verdade, estava me referido ao filme Uma Linda Mulher.

_ Tirou essa do fundo do baú, hein. O que que tem o filme, bonitinho?

_ Tem a ver com esse sentimento de ano novo. Quando você vê o filme Uma Linda Mulher, como você se sente?

_ Ahmmm, sei, aquele sentimento.

_ Isso.

_ Mas não sei o nome daquele sentimento.
_ Então, ele se chama sentimento de Uma Linda Mulher.

_ Quem disse?

_ Sei lá... Deus disse, sei lá... Julia Roberts.
_ Você confunde Deus com Julia Roberts?
_ Não.

_ Escolhe um, então.

_ É claro que escolho a Ju.

_ Eu escolho Richard Gere.
_ Aquele velho?!

_ Aquela puta?!