noite

Já estava com saudade da noite

quando ela voltou a invadir meu sono

só para me roubar os dias


de janelas abertas, ela lentamente infiltrar-se no meu quarto

e me sacode da cama para passear errante

e inventar palavras.

Para haver tronco, galho e flores

tem que haver raiz.

Minha raiz preta

me inventa no sonho do mundo

a sombra do sol, minha amante fiel

pulsa seu coração negro e traz as almas

vermelhas dos amigos,

seres fantásticos, colchas de retalhos

de poesias, músicas e lucianas e renatos,

tudo que ela revela no negrume da vida

é a ela que desejo nos dias.

Quando eu não existir mais, me busque nas trevas

que a noite sentirá.

Minha amiga já me vê ao longe e cobrindo o crepúsculo, me abraça,

me envolve no seu ventre obscuro

e com uma canção de ninar, menina noite.

Porque a palavra Adeus começa a raiar,

eu vejo a noite chorar

2 comentários:

sininho disse...

você é aquilo que eu chamo de raiva em mim.

"Entre nossos olhares havia uma cumplicidade de mar e marinheiro..."

Idiota!

Pâmella Véras disse...

comentário ácido.. rs