Vaga na rua lume,
no meu peito breu seja raio,
mas não, inútil cambaio
em toda atmosfera cintila,
e nem a si mesmo ilumina.
Brinca de fadinha,
faúlha, não farol.
Para quê brilha fraca frente ao sol?
Para quê brilha fraca frente ao sol?
Faz de conta que é estrela
de guardar entre as mãos...
Porém
se não mostra a vereda,
se não mostra a vereda,
para quem lampeja então?
Vaga em mim lume
anos-luz,
na escuridão, a noite seduz,
se é em vão,
no universo, todos são.
Rói minha solitude,
meu negrume
vaga em sua lume.
3 comentários:
Nunca vi um vaga-lume, assim, pessoalmente. Mas um dos primeiros livros que li, acho que pra escola, com uns sete ou oito anos, tinha vaga-lumes na história. Se chamava Gente que Brilha Brilha, eu acho, e não me lembro de nadinha além dos vaga-lumes.
Então, pra mim, vaga-lume é uma coisa mágica e lúdica, assim, que nem você.
contemplação
uma sede
de absintos jamais ingerida
combustão em silêncio
e de espanto –
o albatroz que se agoniza:
habita
em algas –
ainda que longe e à deriva
no labirinto
mais pro-
fundo de si mesmo em retitude
palinuro de vôos fulminantes
que em firulas altas ou rasas
- contumaz
e para espanto
a seus olhos se perfaz
plangente controverso – corpo inteiro -
aos dias vêm se recolher
puríssimo
você, vaga-lume.
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