Vagalume

Vaga  na rua  lume,
no meu peito breu seja raio,
mas não, inútil cambaio
em toda atmosfera cintila,
e nem a si mesmo ilumina.

Brinca de fadinha,
faúlha, não farol.
Para quê brilha fraca frente ao sol?

Faz de conta que é estrela
de guardar entre as mãos...
Porém
se não mostra a vereda,
para quem lampeja então?

Vaga  em mim  lume
anos-luz,
na escuridão, a noite seduz,

se é em vão,
no universo, todos são.

Rói minha solitude,

meu negrume
vaga  em sua  lume.

3 comentários:

Lu Morena disse...

Nunca vi um vaga-lume, assim, pessoalmente. Mas um dos primeiros livros que li, acho que pra escola, com uns sete ou oito anos, tinha vaga-lumes na história. Se chamava Gente que Brilha Brilha, eu acho, e não me lembro de nadinha além dos vaga-lumes.

Então, pra mim, vaga-lume é uma coisa mágica e lúdica, assim, que nem você.

luiz gustavo disse...

contemplação



uma sede
de absintos jamais ingerida
combustão em silêncio
e de espanto –

o albatroz que se agoniza:

habita
em algas –

ainda que longe e à deriva
no labirinto
mais pro-
fundo de si mesmo em retitude

palinuro de vôos fulminantes
que em firulas altas ou rasas
- contumaz

e para espanto
a seus olhos se perfaz

plangente controverso – corpo inteiro -
aos dias vêm se recolher
puríssimo

Adrielly Soares disse...

você, vaga-lume.